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Blefaroplastia

 

  Blefaroplastia é a cirurgia plástica das pálpebras, estruturas estas que servem para cobrir e proteger os olhos. Todas as pessoas possuem duas pálpebras superiores e duas inferiores. Elas são formadas por pele, tecidos gordurosos e fibroso, músculos e ligamentos. A cirurgia é indicada na idade adulta para corrigir alterações estruturais, desde os excessos gordurosos, até sobras de pele ou dificuldade abrir os olhos. A cirurgia cosmética das pálpebras já foi descrita há mais de dois mil anos, demonstrando a importância dessa região anatômica para a auto-estima do ser humano.

  A avaliação pré-operatória do candidato para a blefaroplastia vai definir o tipo de problema e a técnica a ser utilizada. Fatores como idade, textura da pele, distúrbios da visão, problemas emocionais, entre outros, podem deixar marcas na região das pálpebras. É muito importante que na consulta exista a oportunidade do cirurgião entender quais as expectativas do paciente quanto à cirurgia, podendo-lhe explicar o resultado que, realisticamente, será obtido. Muitas vezes, os problemas clínicos estão associados ao cirúrgico e, mesmo que se opere adequadamente as pálpebras, ainda assim persistirá um percentual do defeito original, decorrente do distúrbio clínico associado.

  O exame físico inclui a avaliação da testa, pálpebras superiores e inferiores, sobrancelhas, malares, face em geral e condições da pele. A pele deve ser examinada quanto às suas características, textura, cicatrizes prévias, etc. Esse procedimento deve se estender às condições da musculatura, à vascularização e a presença de bolsas gordurosas.

Indicações para a cirurgia

BLEFAROCALASE: Condição que ocorre preferencialmente em adultos jovens, caractetizada por episódios recorrentes de inchaço bilateral, principalmente na pálpebra superior apresentando excesso de pele e projeção das bolsas de gordura.

DERMATOCALASE: Corresponde a flacidez anormal da pele palpebral com ou sem herniação das bolsas de gordura.

HÉRNIA GORDUROSA: É a potrusão de gordura intra-orbital, o mesmo que bolsas palpebrais.

PAQUIDERMOCALASE: É o espessamento anormal da pele das pálpebras.

RITIDOSE PALPEBRAL: Presença de numerosas rugas finas ao redor dos olhos, popularmente chamadas de "pés-de-galinha".

PÁLPEBRAS OCIDENTAIS: Os ocidentais têm uma prega palpebral protuberante, o que causa dificuldade de abrir bem as pálpebras.

  A ocidentalização das pálpebras é muito procurada por indivíduos com essas características, com o intuito de mudar a forma de suas pálpebras e tornar mais confortável o ato de piscar.

Técnica Operatória

  O paciente se apresenta para a cirurgia uma hora antes do início da operação, geralmente em jejum. Solicita-se que se abstenha de medicações com ácido acetil salicílico, vitamina E e alguns tipos de antiinflamatórios (Aspirina, Melhoral, Voltaren, etc) uma semana antes do procedimento, pois estes medicamentos têm efeito anti-coagulante. Também é solicitado que suspensa o uso de tabaco previamente.

  Após a realização do registro e documentos de consentimento, o paciente passa ao bloco cirúrgico. A partir deste momento, ele passa a ser monitorizado e recebe a sedação.

  O cirurgião, então, desenha as pálpebras para determinar o formato e a localização das incisões. Logo a seguir, é realizada a anestesia local.

  Costuma-se iniciar com a cirurgia das pálpebras superiores.

  A incisão é em forma de fuso, recaindo a linha inferior naturalmente sobre o sulco palpebral. Segue a retirada dos excessos demarcados sem lesionar o músculo orbicular. A hemostasia é a coagulação de todos os minúsculos vasos da zona operada e evita sangramento. O cirurgião pode realizar o tratamento dos músculos, quando há necessidade se retira uma estreita faixa muscular. Pressionando-se levemente o globo ocular, as bolsas palpebrais se evidenciam por debaixo do músculo. Delicadamente, o cirurgião expõe as bolsas excedentes e as retira. A satura é realizada com fios muito finos e inabsorvíveis que deverão ser retirados entre quatro e sete dias.

  Após a sutura das pálpebras superiores, o cirurgião irá operar as pálpebras inferiores. A incisão: junto a implantação dos cílios e o descolamento do retalho que pode conter apenas pele, ou pele e músculo. Após, ocorre o tratamento das bolsas palpebrais que muias vezes não são retiradas e sim recolocadas ou expandidas para que possam preencher depressões dessa região. Os outros passos são os mesmo realizados nas pálpebras superiores, com excessão da fixação do ligamento do canto exerno (cantoplastia) sempre que necessário, para evitar a queda da pálpebra inferior (ectrópio).

  Alguns cirurgiões preferem não cortar a pálpebra inferior. Eles realizam a chamada "blefaroplastia trans-conjuntival", que consiste em retirar as bolsas de gordura por uma incisão interna pela conjuntiva e usar o aparelho de raios "laser" para tratar a pele e a ritidose.

Resultados

  A Blefaroplastia tem como objetivo adequar as estruturas moles das pálpebras e, como resultado, temos uma harmonia deste andar da face. O olhar se ilumina e o paciente perde a aparência de sonolência e/ou cansaço. Nos pacientes bem jovens e igualmente nos mais velhos, nota-se um rejuvenescimento significativo.

  Há também o fato de que o paciente não força mais as estruturas vizinhas, como a testa e bochechas para abrir as pálpebras pesadas, o que diminui o aparecimento das rugas dinâmicas com o consequente relaxamento das marcas de expressão. Também os pacientes referem que terminam o dia mais descansados e menos tensos.

Anatomia

1. Órbitas: parte óssea

2. Pálpebras

   a. Pele

   b. Glândulas lacrimais

   c. Cílios

   d. Glândulas de Meibomio

3. Músculos

   a. Músculo orbicular

   b. Músculo elevador da pálpebra

4. Ligamentos

5. Tarsos

6. Conjuntiva

7. Bolsas Palpebrais

Tipo da anestesia

  A blefaroplastia é uma cirurgia circunscrita a uma pequena região anatômica, como já vimos, sendo assim, damos preferência à anestesia local. Costuma-se associar uma sedação que pode ser simples com tranquilizantes por via oral ou endovenosa realizada pelo anestesista. O cirurgião irá escolher a técnica de acordo com as necessidades físicas e emocionais do paciente.

  Esta cirurgia é realizada em ambulatório, ou seja, o paciente tem alta no mesmo dia assim que os efeitos da sedação tenham passado. Raramente o paciente apresenta dor. Costuma-se usar compressas frias sobre as pálpebras assim que a cirurgia termina, o que minimiza significativamente o aparecimento deste sintoma e as equimoses (manchas roxas). É comum aparecer leve ardência quando o efeio da anestesia se dissipar, sendo administrado analgésicos e antiinflamatórios ao paciente ainda na sala de recuperação.

  É muito raro o paciente apresentar dores posteriores se ele continuar a realizar compressas frias em sua residência e manter-se em repouso nas primeiras 48 horas. Recomenda-se que evite leituras, uso de computador e televisão neste período.

Pós-operatório

  É recomendado que após a saída do paciente do ambiente hospitalar onde foi operado, ele vá para sua residência, permanecendo lá por 48 horas. Neste período, é importante não ler, não usar computador nem assistir televisão. O repouso com os olhos evita inchaços e desconforto desses órgãos. Geralmente é recomendado algum tipo de compressa fria sobre os olhos neste período, assim como evitar a posição horizontal, inclusive para dormir.

  Mesmo obedecendo estas recomendações, alguns pacientes apresentam equimoses (manchas roxas), edema (inchaço) e dificuldade de focalizar as imagens. Como já foi dito, as dores são raras, assim como hemorragias. O paciente deve ficar atento a qualquer modificação aguda das estruturas operadas e a dores fortes, e comunicar-se com seu cirurgião imediatamente.

  Os pontos serão retirados entre quatro e sete dias. Entre o segundo e o sétimo dias de pós-operatório, o paciente vai retornando lentamente às suas atividades normais. Após a retirada dos mesmos, o paciente deve evitar a exposição da região operada ao sol por quatro semanas. Geralmente são recomendadas maquiagens ou bloqueadores solares espessos para cobrirem tanto as cicatrizes quanto a pele das pálpebras superiores até completar três meses da cirurgia, ou até que as cicatrizes fiquem da cor da pele normal das pálpebras.

Cicatrizes

  As cicatrizes das pálpebras superiores levam entre três e seis meses para ficarem imperceptíveis. Muitos cirurgiões costumam receitar massagens com pomadas para reduzir este tempo. São raros os casos de cicatrizes de má qualidade em pele de pálpebras, desde que as incisões tenham sido realizadas dentro das linhas de força e respeitando a anatomia das estruturas. Dependendo da raça do paciente, pode acontecer uma linha cicatricial mais clara ou mais escura que a pele das pálperas, porém será visível apenas quando os olhos estiverem fechados.

  As cicatrizes das pálpebras inferiores devem ficar exatamente na linha dos cílios sendo que, em poucas semanas, se tornam imperceptíveis e, raramente, necessitam tratamentos tópicos para não serem mais notadas.

Complicações

  As complicações têm se tornado raras com avanço da tecnologia. Praticamente não existem infecções desde que a cirurgia seja realizada dentro de um bloco cirúrgico bem montado. Por esta razão, não há necessidade do paciente usar antibióticos no pós-operatório.

  Podem ocorrer hematomas em pessoas hipertensas ou que estejam usando algum tipo de droga anticoagulante. Equimoses e inchaços não são complicações e desaparecem espontaneamente. Retrações de pálpebras inferiores e ectrópios podem ocorrer, mas se a técnica foi bem executada, passarão em poucas semanas. Pode haver diminuição da produção de lágrimas, especialmente em pessoas que já tinham tendência para este problema. Nesse caso, o paciente será orientado a usar colírios e lágrimas artificiais.

  Há casos de cegueira descritos na literatura antiga quando a cirurgia era menos sofisticada. Atualmente, são muito raros.

Esquema de blefaroplastia:

Blefaroplastia da pálpebra inferior:

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